Manoel da Costa Ataíde

Batizado na Catedral da Sé em Mariana > 18 de outubro de 1762.

Enterrado na Igreja de São Francisco de Assis em Mariana > 02 de fevereiro de 1830.

Filiação:

Maria Barbosa de Abreu – Mãe.

Luís da Costa Ataíde – Pai – Capitão Militar – português.

Teve 04 irmãos, 03 homens e 01 mulher.

Manoel foi pintor; professor; decorador; militar (sargento em 1797 e alferes em 1799); dourador; desenhista e ilustrador. Homem calmo, fino, rico de dotes e prestígios.

Manoel não se casou, teve um relacionamento em regime de concubinato com a mulata Maria do Carmo Raimunda da Silva, nascida em 1788. e com ela teve 6 filhos:

Francisco de Assis Pacífico da Conceição (1809).

Maria do Carmo Neri da Natividade (1812).

Sebastião (1814, morto após o nascimento).

Francisca Rosa de Jesus (1815).

Justino (1818, morto ainda bebê).

Ana Umbelina do Espírito Santo (1821).

Possuía 04 escravos:

Ana (doméstica).

Pedro, Manoel e Ambrósio (assistentes de trabalho).

Em toda a sua vida sempre foi generoso com escravos e aprendizes.

Foi contemporâneo a Antônio Francisco “Aleijadinho”, parceiro em alguns momentos, em alguns trabalhos.

Teve numerosos alunos e seguidores.

Técnica apurada da perspectiva, foi o Maior representante da pintura no período colonial no Brasil.

Em 29 de abril de 1818, recebe da Câmara de Mariana o atestado de professor, um certificado de época para exercer uma profissão, onde havia um teste presencial mostrando as habilidades do candidato.

Em 18 de maio de 1818, enviou uma petição ao Rei D. João VI para criar em Mariana uma escola: “Aula de Desenho e Arquitetura Civil e Militar e da Pintura”, não obtendo nenhum tipo de resposta.

Junto com outros artistas da época tais como: Bernardo Pires da Silva, Antônio Martins da Silveira e João Batista de Figueiredo, montam a chamada “Escola de Mariana”.

O Manoel dominava muito bem a técnica do Ilusionismo, que exigia do artista a capacidade de organizar coerentemente imagens diversificadas em uma escala monumental, além de bons conhecimentos de perspectiva e as Leis do Escorço. Mestre Ataíde deu a essa “falsa arquitetura”, tratamentos variados, umas vezes sólida, outras vezes se dissolvendo numa profusão de festões, guirlandas e rocalhas. Geralmente esses elementos estruturados são compostos de figuras secundárias tais como: anjos; santos; mártires, doutores da Igreja, etc. No centro do medalhão com figuras de Cristo ou da Virgem Maria. Uso frequente de reprodução de gravuras, de estampas.

Possivelmente seu primeiro trabalho usando a técnica da perspectiva e do ilusionismo teria sido a Matriz de Santo Antônio da cidade de Santa Bárbara e sua obra prima e a mais aclamada de todas seria o forro da nave da Capela de São Francisco da Penitência de Ouro Preto.

Os templos decorados desta forma, com obras narrativas e alegóricas, eram chamados de “a Bíblia dos analfabetos”.

Gostava muito de usar as cores azul, vermelho, amarelo, sépia e marrom.

Muitos trabalhos executando pinturas parietais e sobre painel.

Adorava as Bandas de Música, algumas atuam até os dias de hoje. Na execução do seu trabalho nos forros das Igrejas, vemos recorrente esse tema: músicos e seus instrumentos.

Em seu espólio, ou bens deixados temos vários instrumentos musicais na lista:

Pianoforte; Rabeca; Violeta; Fagote; Caixa de tabaco; Espada; Espingardas; Pistolas; Relógio com corrente dourada; Par de fivelas de calção de pedras de topázio cravadas em prata dourada; Calção de selim riscado; Colete de lã; Chapéu; Bengala de junco com cabo de prata; Chácara; Casa na rua Nova.

Trabalhos executados, atribuídos ao Mestre:

Pintura de tetos, panos de porta e outros painéis

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em Mariana (1791/1792 – pano de porta; 1794/1795 – forro da sacristia)

Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Piranga (1800)

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (1801/1812 – forro da nave)

Igreja Matriz de Conceição do Mato Dentro (1805 – seis painéis)

Igreja Matriz de Santo Antônio, em Santa Bárbara (1806/1807 – duas imagens de Cristo)

Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas (1818/1819 – retoques no forro da nave da Igreja; pintura parietal nas três primeiras Capelas dos Passos[64])

Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, em Ouro Preto (1818 – quatro painéis grandes)

Catedral de Mariana (1819/1821)

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Mariana (1823 – teto da capela-mor)

Câmara de Mariana (1824 – um retrato do Imperador)

Igreja Matriz de Santo Antônio, em Ouro Branco

Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Santa Bárbara (1827)

Colégio do Caraça (1828 – A Última Ceia)

Douramento de talha

Altar da Igreja Nossa Senhora do Carmo de Ouro Preto. Projeto do altar e douramento.

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em Mariana (1793/1794 – retábulo; 1794/1795 – altar-mor; 1804/1807 – trono e altar-mor)

Santa Isabel, Mariana (1795/1800 – altar)

Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Piranga (1800 – altar)

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (1801/1812; 1825 – tabernáculo)

Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, em Ouro Preto (1812 – capela e oratório; 1818 – prateamento de sessenta castiçais e oito palmas; 1824 – altar-mor; 1825 – arco do cruzeiro, quatro portadas e o presbitério; 1826 – altares laterais e dois púlpitos)

Catedral de Mariana (1819/1821)

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Mariana (1823 – inúmeras peças; 1826 – termina o altar-mor)

Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Santa Bárbara (1827)

Encarnação de estátuas

Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas (1781; 1808/1809; 1818/1819)

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em Mariana (1793/1794)

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (1805 – estátuas de São Roque, Santo Ivo, São Francisco, o Pontífice, dois Cardeais e de São Luís)

Igreja Matriz de Santo Antônio, em Santa Bárbara

Igreja Matriz de Conceição do Mato Dentro

Matriz de Santo Antônio, em Itaverava (1811/1812 – estátua de Nossa Senhora)

Projeto do retábulo arquitetural

Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, em Ouro Preto (1813)

Iluminação de manuscritos

Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana, onde estão preservados os Livros de Compromisso das Irmandades de Nossa Senhora das Mercês, da Freguesia de São Bartolomeu, e da Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, de Antônio Pereira.

Referência: Wikipédia.

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